Entre períodos de florada e seca, ela cresceu

“Obrigado PAI. Nunca fui merecedor de sua bondade, mas te ofereço meu amor e a beleza da minha flor”.

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Foram sete anos de crescimento, acompanhados de perto.

Nada mal para uma plantinha de uma única flor. A cada primavera la estava ela, linda e perfumada. Entre períodos de florada e seca, ela cresceu, criou raízes e um caule forte. Tudo isso para ajudar a suportar melhor o vento forte, a chuva fria, a falta de água e os insetos.

Durante o crescimento, a planta se adapta ao ambiente, mas a flor mais bela só nasce se o solo e as condições naturais coincidirem com a natureza da planta. Essa foi minha fortuna. As mãos do CRIADOR me presentearam a semente certa para o solo que eu possuía.

Parabéns minha flor, pela coragem em enfrentar as tempestades e pela força em crescer e resistir ao meu lado.

“Obrigado PAI. Nunca fui merecedor de sua bondade, mas te ofereço meu amor e a beleza da minha flor”.

Foi suficiente pouco tempo para me encantar

Mas quem se daria ao luxo de em pleno período de preparação para o vestibular, cuidar de um jardim. Eu. Eu o fiz .

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As noites passavam, e cada vez a cabeça estava mais entupida de fórmulas, acontecimentos históricos e regrinhas engraçadas. A primeira fase do vestibular se aproximava.
Mas existia outra coisa cheia, completa, explodindo pelas frestas. Cheia de encanto, emoção, alegria. Paixão. Cheia de paixão, essa é a palavra certa.
Entre as pessoas que convivi naquele período, conheci algumas que preferiram esvaziar o coração na tentativa de conseguir espaço para armazenar alguma informação útil, ou seja, nada de relacionamentos durante o cursinho. Que engano. Eu preferi o contrário, entupi meu coração. Em certos pontos até perdi a cabeça, mas tudo se dilatava. Os dias, as aulas, as palestras de livros, o caminho até em casa, as ligações, tudo era maior.
A semente que havia ganhado das mãos do criador germinou, cresceu e floriu de uma forma incrivelmente rápida. Talvez fosse esse o segredo, encantar pra conquistar.
Mas quem se daria ao luxo de em pleno período de preparação para o vestibular, cuidar de um jardim. Eu. E o fiz.
Mas era impossível não fazer diferente. O brilho, o perfume, as cores, tudo me encantava tanto.
Os dias passaram e junto com eles simulados, apostilas e folhas, muitas folhas de fichário. Chega a primeira fase. Os primeiros resultados aparecem. Ela segue para a segunda fase em duas direções, Campinas e São Paulo. Eu sigo em outra, Ilha Solteira.
Alcançamos a segunda fase com passos firmes. As direções se definem, em sentidos opostos.
Mas como poderia eu continuar cuidando do meu jardim estando tão longe. Seria impossível, pensava eu. Mas a vida nos provou que mais adiante seria possível.
Ela seguiu para Campinas, mas eu não fui pra Ilha Solteira. Decidi por mais um ano de cursinho. Acreditei que os campos de Campinas seriam minha terra, meu jardim.

No começo era apenas uma semente

Meus olhos estavam perdidos. Talvez fossem ofuscados pela luz que vinha da cadeira da frente, mas um anjo, isso mesmo, um anjo deu um jeito em tudo.

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Existem aqueles que acreditam em anjos, outros que já os viram, mas na minha historia posso dizer que um deles cruzou meu caminho.
A preparação do solo do meu jardim começou em 1999, Cursinho Etapa da Estação São Joaquim, São Paulo. Mas eu não tinha em mente que seria um jardim de uma única flor, nem menos que ela seria tão linda.
Entre aulas e professores mais parecidos com comediantes, às noites seguiam na grande caminha em direção ao vestibular, mas apesar da ansiedade, da preocupação e da incerteza que rodeava aquele período não era suficiente para encobrir os instintos jovens daqueles que ali estavam e entre eles, eu. Mas meus olhos foram traídos pelos meus instintos.

Meus olhos estavam perdidos. Talvez fossem ofuscados pela luz que vinha da cadeira da frente, mas um anjo, isso mesmo, um anjo deu um jeito em tudo. Minha paquera inicial não estava dando muito certa, mas um anjo sussurrou em meu ouvido assim: “talvez você esteja olhando para o lugar errado”. E era verdade. Foi então que passei observar melhor e percebi que na fileira da frente existia uma luz que vinha em minha direção. Uma luz clara, branca, intensa.

Perguntei ao anjo se agora meus olhos estavam bem direcionados, e dessa vez eu tinha acertado.

E foi assim que conheci a flor do meu jardim, Maria Ligia. Uma espécie única, criada pelas mãos do Criador e entregue a mim por um anjo.

O anjo no segundo semestre não voltou pro cursinho, desapareceu.

Eu plantei minha flor e continuo cuidando dela até hoje.